Um sorriso,
por favor!
Desenhando caricaturas,
Nirjohnso Kennedy de Souza Coelho
alegra as pessoas que aborda
Para fazer alguém sorrir, Nirjohnso Kennedy de Souza Coelho só precisa de um minuto. Há 13 anos, está longe de Manaus (AM), cidade em que nasceu, e vive em hostels em Florianópolis (SC). Agora, ele busca tirar a própria arte das ruas, conquistando trabalhos formais relacionados ao meio artístico através das caricaturas que cria e da redação em cartazes publicitários de lojas.
Sua história com os desenhos começou ainda na adolescência, quando concluiu cursos nos quais aprendeu a fazer charges, caricaturas e desenhos técnicos, além de ter concluído computação gráfica na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Mas, com o seu local de trabalho sempre sendo a rua, a trajetória de Nirjohnso é cheia de desafios. Malabarismo nos semáforos e pirofagia — a manipulação do fogo — estão entre as outras artes já praticadas. Com a renda, paga a hospedagem e as passagens para os lugares que queria conhecer. Profissionalmente, também já foi montador de solda e pintor de obras, onde se especializou quando serviu à Força Aérea Brasileira.
Aos 34 anos, Nirjohnso já percorreu 13 estados brasileiros e dois países, sempre buscando formas de aprimorar seus desenhos e conhecer outras culturas. “Eu vou passando de estado em estado e evoluindo psicológica, pessoal, profissional e individualmente”, conta. Para ele, a arte é o lugar em que as pessoas buscam sentir emoções, sejam elas tristes ou felizes, e onde ele, como artista, pode ser livre.
Com as caricaturas, já tirou sorrisos até de “crianças choronas”, mas as dificuldades da vida de artista não o permitem ser feliz o tempo todo. “O artista acaba caindo em situações desagradáveis que o próprio sistema impõe porque a arte não deixa ele atingir o objetivo dele”. Nirjohnso acredita que são necessários mais incentivos do poder público e privado que não visem tanto o lucro, mas sim o bem-estar de quem está produzindo arte.
Para dar orgulho a sua família, ele pensa em conquistar espaço em sua área através do meio acadêmico. O artista já faz um curso livre de teatro e, posteriormente, pretende prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tentar uma bolsa de estudos em uma área que ainda vai escolher. “O futuro é isso, eu vou tentar [crescer] estudando”.