Um sorriso,
por favor!

Desenhando caricaturas,
Nirjohnso Kennedy de Souza Coelho
alegra as pessoas que aborda

Retrato de um homem de cabelo escuro penteado para o lado, alargadores pequenos nas orelhas e expressão séria e determinada.

Para fazer alguém sorrir, Nirjohnso Kennedy de Souza Coelho só precisa de um minuto. Há 13 anos, está longe de Manaus (AM), cidade em que nasceu, e vive em hostels em Florianópolis (SC). Agora, ele busca tirar a própria arte das ruas, conquistando trabalhos formais relacionados ao meio artístico através das caricaturas que cria e da redação em cartazes publicitários de lojas.

Homem de boné gráfico e brincos pequenos sorri. Ao fundo, uma praça ensolarada

Nirjohnso veio para Florianópolis com a mãe de seu filho, que queria um parto humanizado na cidade. Foto: Anthony Cervinski.

Nirjohnso veio para Florianópolis com a mãe de seu filho, que queria um parto humanizado na cidade. Foto: Anthony Cervinski.

Sua história com os desenhos começou ainda na adolescência, quando concluiu cursos nos quais aprendeu a fazer charges, caricaturas e desenhos técnicos, além de ter concluído computação gráfica na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Mas, com o seu local de trabalho sempre sendo a rua, a trajetória de Nirjohnso é cheia de desafios. Malabarismo nos semáforos e pirofagia — a manipulação do fogo — estão entre as outras artes já praticadas. Com a renda, paga a hospedagem e as passagens para os lugares que queria conhecer. Profissionalmente, também já foi montador de solda e pintor de obras, onde se especializou quando serviu à Força Aérea Brasileira.

Aos 34 anos, Nirjohnso já percorreu 13 estados brasileiros e dois países, sempre buscando formas de aprimorar seus desenhos e conhecer outras culturas. “Eu vou passando de estado em estado e evoluindo psicológica, pessoal, profissional e individualmente”, conta. Para ele, a arte é o lugar em que as pessoas buscam sentir emoções, sejam elas tristes ou felizes, e onde ele, como artista, pode ser livre.

Homem de boné e camiseta amarela desenha numa prancheta sentado num banco da praça

Nirjohnso consegue tirar seu sustento na Praça XV de Novembro e nos arredores do centro de Florianópolis (SC). Foto: Anthony Cervinski

Nirjohnso consegue tirar seu sustento na Praça XV de Novembro e nos arredores do centro de Florianópolis (SC). Foto: Anthony Cervinski

Com as caricaturas, já tirou sorrisos até de “crianças choronas”, mas as dificuldades da vida de artista não o permitem ser feliz o tempo todo. “O artista acaba caindo em situações desagradáveis que o próprio sistema impõe porque a arte não deixa ele atingir o objetivo dele”. Nirjohnso acredita que são necessários mais incentivos do poder público e privado que não visem tanto o lucro, mas sim o bem-estar de quem está produzindo arte.

Para dar orgulho a sua família, ele pensa em conquistar espaço em sua área através do meio acadêmico. O artista já faz um curso livre de teatro e, posteriormente, pretende prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e tentar uma bolsa de estudos em uma área que ainda vai escolher. “O futuro é isso, eu vou tentar [crescer] estudando”.

Nirjohnso mostra sua prancheta com o desenho de uma onda no mar e um coelho de páscoa na praia enterrando seus ovos na areia. Lê-se Feliz Páscoa

Um dos desenhos de Nirjohnso relacionados a publicidade. Atualmente, ele possui dois clientes fixos de lojas para quem produz cartazes no centro de Florianópolis. Foto: Anthony Cervinski

Um dos desenhos de Nirjohnso relacionados a publicidade. Atualmente, ele possui dois clientes fixos de lojas para quem produz cartazes no centro de Florianópolis. Foto: Anthony Cervinski