Essa é a mistura do Brasil com o… Marrocos

A novela “O Clone” não é a única influência marroquina no Brasil. Em Florianópolis, Angela Raso Prata é chef de pratos típicos do país magrebino

Faláfeis, esfirras e muito tempero. Na cozinha de Angela Raso Prata, o grão-de-bico vira bolinho, o gergelim vira pasta e a semolina vira cuscuz. Ela é especializada em cozinha temática e faz pratos típicos do Marrocos. “Morei na Espanha por dez anos e costumava ir ao Marrocos com frequência. Sempre fui curiosa pela cultura árabe e lá tive bastante contato com a culinária típica”. O paladar do país a encantou desde o princípio. “É um sabor exótico, muito focado nos temperos”, ela depõe. Quando voltou ao Brasil, há dez anos, Angela veio com um sócio marroquino, Abdelaziz Bahsain, e, juntos, abriram La Maison du Maroc (“A Casa do Marrocos”, em francês), um empreendimento temático voltado à cultura do país do Norte da África. Desde 2015, ela e o sócio trabalham todas as quartas-feiras na Feirinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Mulher adulta sorridente, de lenço na cabeça e vestida com avental com o logo de seu empreendimento prepara faláfeis na chapa. Ao fundo, mais panelas com outros preparos.

Angela conta que a qualidade do produto final é imprescindível. Por ser alimentício, ela afirma que é preciso ter equilíbrio entre preço bom e benefícios para a saúde. Por isso, ela não trabalha com frituras. Foto: Geovani Martins.

Angela conta que a qualidade do produto final é imprescindível. Por ser alimentício, ela afirma que é preciso ter equilíbrio entre preço bom e benefícios para a saúde. Por isso, ela não trabalha com frituras. Foto: Geovani Martins.

A Maison, segundo Angela, não trabalha apenas com gastronomia. “O empreendimento é voltado para eventos em geral. Trabalhamos em eventos temáticos, aniversários e comemorações empresariais. Também atendemos em outras feiras nos formatos de food truck e food bike, além dessa tenda aqui na UFSC”.

A sua primeira formação foi na área de marketing e turismo, mas ela encontrou na arte marroquina a sua grande paixão. “Além da comida, trabalho também com um ateliê de decoração em madeira fazendo pinturas temáticas”. Porém, a sua principal ocupação é, de fato, a culinária. “O ateliê é um trabalho complementar”, ela conta. Após sua experiência no Marrocos, ela realizou uma segunda formação em gastronomia.

Vitrine de alimentos. É possível ver falafel, um bolinho dourado de gergelim, e esfirras abertas de queijo e tomate.

A gastronomia é o carro-chefe da Maison. Na vitrine da tenda é possível ver alimentos tradicionais da cultura marroquina, como falafel, esfirra e molho de gergelim. Foto: Geovani Martins.

A gastronomia é o carro-chefe da Maison. Na vitrine da tenda é possível ver alimentos tradicionais da cultura marroquina, como falafel, esfirra e molho de gergelim. Foto: Geovani Martins.

A forma de empreendimento em tendas foi uma escolha de Angela e Abdelaziz. Segundo a chef, o custo-benefício é melhor do que o de um estabelecimento fixo. A Maison está na Feirinha desde 2015 e é onde eles obtêm cerca de 30% da sua receita total no mês. Além de representar uma boa quantia dos seus ganhos, a Feirinha também é um local de suporte entre os trabalhadores. “Nós temos o nosso grupo de colegas, onde a gente se comunica. É uma rede de apoio entre os trabalhadores daqui”. Ela revela se sustentar bem com a gastronomia, mas, se fosse trabalhar em outra área, seguiria no ramo de eventos temáticos. “Tenho interesse em trabalhar em eventos de moda, de cultura, de viagens. Me vejo sendo coordenadora desse tipo de eventos também”.