É doce, é salgada,
mas não é mole, não

Enquanto vende uma das comidas mais apreciadas na rua, Ana Félix Barbosa busca novos horizontes

Doce ou salgada, é difícil encontrar uma pessoa que não goste de pipoca. Na esquina da Conselheiro Mafra com a Jerônimo Coelho, o som do milho estourando e o cheiro característico preenchem o ar. É o ponto onde Ana Félix Barbosa trabalha há seis anos como pipoqueira. A vitrine do seu carrinho está dividida em duas cores: na direita, a cor branca é a da pipoca salgada; na esquerda, a mistura de rosa e amarelo indica a pipoca doce. Atrás dessas cores há ainda a pipoca caramelizada, em um tom de chocolate.

Ana Barbosa conta que escolheu trabalhar na rua, como microempreendedora individual, após sair de um emprego com carteira assinada. Foto: Mateus Mendonça.

Ana Barbosa conta que escolheu trabalhar na rua, como microempreendedora individual, após sair de um emprego com carteira assinada. Foto: Mateus Mendonça.

O carrinho também chama a atenção. Pintado de vermelho e amarelo, a estrutura atrai os olhares de quem passa pelo local. Entretanto, apesar das cores vibrantes, Ana relata que sua rotina não é tão colorida. “Tenho a licitação e o alvará em dia, mas tem uns fiscais que sempre vêm para mexer em algo. Nunca encontraram nada, só que às vezes tenho receio de perder meu negócio”. Na procura por novos trabalhos após deixar um emprego com carteira assinada, recebeu, através de conhecidos, a oportunidade de operar com o carrinho de pipoca. “É cansativo, mas estou trabalhando para poder crescer na vida”, revela.

Há seis anos trabalhando como pipoqueira, Ana conta que pretende trabalhar por, no máximo, mais dois anos na função. Foto: Mateus Mendonça.

Há seis anos trabalhando como pipoqueira, Ana conta que pretende trabalhar por, no máximo, mais dois anos na função. Foto: Mateus Mendonça.

A rotina de pipoqueira não é a que ela deseja para a sua vida. “O dinheiro até que é bom, consigo ajudar minha família e sustentar minhas duas filhas. Mas estou estudando para fazer uma faculdade e sair da rua”. O curso a ser feito ainda não foi definido, mas ela sonha em obter um diploma de ensino superior. Sua renda é próxima de um salário mínimo, que, junto com os ganhos do marido, são suficientes para a família. Enquanto não encontra outra forma de sustento, Ana segue no trabalho enquanto com outros objetivos. “Não pretendo ficar aqui por muito mais tempo. Quero sair o quanto antes e melhorar minha condição de vida”.